sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

É Carnaval!


Com esse clima no ar não dá prá falar de outra coisa hoje.

Apesar de estar em casa, em frente ao micro nesta sexta "abre alas" tenho que assumir minha paixão pelo Carnaval.

Gosto muito.

Sempre gostei.

Minha família sempre curtiu o Carnaval e isso passa de geração para geração.

Minha mãe e minha tia Nininha eram alternadamente "Rainhas do Carnaval" de Campos do Jordão todos os anos.

Nós,os filhos, íamos às matineés desde bem pequenos e sempre muito fantasiados, e era uma festa só aquela semana antes do carnaval, com a preparação das roupas,compras de fardos de serpentina, sacos de confete, e eu ainda me lembro de carnavais com aquele spray dourado e gelado de lança-perfume que anos depois foi proibido.

Os melhores Carnavais de minha vida foram em Caçapava, evidente.

Adolescentes, já podíamos ir ao Clube Jequitibá à noite e, para ficar melhor ainda, o Carnaval começava na 6ª feira com uma Festa da Cerveja.

Então eram 5 noites e 3 matineés.

Minha mãe fazia as fantasias durante o dia para usarmos à noite ("sarongs"),e como meu pai não permitia decotes e pernas de fora, ela alinhavava e dizia baixinho:"No salão, é só puxar a linha..."

Era maravilhoso.

Sempre chegavamos antes do baile começar para ficarmos na entrada vendo quem chegava para o baile, quem chegava-com-quem,enfim, para "programar" nosso baile.

E lá estávamos infalívelmente, Bia, Flávia, Virgínia, Ana Rita, Teca,eu e minha irmã e os amigos iam chegando e a turma se formando: Luciano, Kiko, Daniel, Roberto,Jorge...todos e dançavamos juntos a noite toda.

Eu particularmente gostava de dançar no palco,(minhas amigas também) tipo "Chacrete" da minha época ("coleguinha do Huck hoje) pois lá de cima se via tudo o que se passava no salão, para depois ter assunto o dia todo no dia seguinte, é claro.

Havia uma sequência: samba,samba enredo das escolas , marchinhas e marcha-rancho (prá criar aquele clima e a gente poder "namorar" no salão).

O clube lotava.

Nas mesas ficavam os pais ou os mais velhos das famílias que iam para toma conta da gente (só por Deus!) e, msmo assim, nossos carnavais eram estúpidamente bons e inesquecíveis.

Quando tive os meus filhos, não foi diferente.

Também foram a todas as matineés, bem fantasiados, chegaram a ganhar concursos de fantasias e aprenderam, como eu aprendi a gostar do carnaval como uma festa de alegria como ele deve ser sempre.

Hoje, cada um passa o Carnaval onde quer, e claro já não vão comigo a lugar algum, mas é a vida seguindo seu rumo...

Confesso que não vejo mais aquela beleza nos bailes.

Não consigo associar "axé", "funk" e "rap" ao Rei Momo, mas talvez seja porque os tempos são outros...não é?

De qualquer forma, o que importa é que cada um seja feliz a seu modo, sempre.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Pausa nas histórias....Olhem que presente!

Recebi essse texto de uma amiga hoje, e é impossível não dividir esse prazer dessa leitura.
O texto é meio " a minha cara" e precisa de registro.
Um grande beijo para Angela Bravo pela inspiração.
""Não me dêem fórmulas certas, porque não espero acertar sempre.
Costumo acertar de vez em quando...E quando acerto,acerto pra valer!...E como vale a pena...
Não me mostrem o que esperam de mim, porque vou continuar sendo eu mesma,e fazendo as coisas do meu jeitinho...à minha maneira.
Não esperem que eu seja quem eu não sou ; eu sou eu mesma – um somatório de defeitos e qualidades,porque simplesmente SOU HUMANA.
Transparente.
E MUITO GENTE.
Não me convidem a ser igual, porque, sinceramente, sou diferente.
Não sei fazer nada pela metade, nem voar com os pés no chão,mas continuo fazendo,muitas coisas,e aprendendo,diariamente.
Não sou sempre a mesma ; tenho instabilidades ocasionais e estou sujeita a elas e ,com certeza não serei a mesma nunca,jamais,em tempo algum,dia nenhum!...
Minhas variáveis fazem parte de mim e eu me gosto assim.
Choro quando estou triste e continuarei chorando porque Deus me deu as lágrimas e a minha emoção que as provoca.
São elas,as lágrimas,que lavam a minha alma.
Rio e dou boas gargalhadas quando acho que vale a pena,pois RIR ainda é O MELHOR REMÉDIO...
Apesar de todas as curvas do caminho,de tantas pedras lançadas e dribladas,ainda encontradas,eu continuo amando,e sonhando,e acreditando que TUDO VALE A PENA SE A ALMA NÃO É PEQUENA.
Como dizia o poeta,Fernando Pessoa,
QUEM QUER PASSAR ALÉM DO BOJADOR TEM DE PASSAR ALÉM DA DOR...
E eu sou poeta...e aprendi a AMAR.
Que a minha suscetibilidade e a minha loucura sejam perdoadas...
Pelo menos por DEUS.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Amigos para sempre.


A adolescência sempre teve esta característica: tudo é muito intenso, todos os dias.

Tudo é para hoje, para agora pois parece que o mundo vai acabar amanhã de manhã.

É a fase da emoção total.

A razão não se impõe (como deveria, diga-se de passagem) e não se pode perder um minuto nunca.

Você consegue se lembrar do nome de todos os seus "melhores" amigos da adolescência?

Dos 15 aos 18 anos a gente ri muito, chora muito, ama muito, se apaixona muito, odeia muito,sofre muito, enfim tudo é muito!

E os amigos são sempre "para sempre", não é?
As melhores lembranças são de 1972,da turma do Colegial e os amigos comuns.

Vou tentar: Bia Inhesta, Flávia Madureira, Nazira Madureira, Ana Rita, Virgínia Gazola, Teca, Sheila Rossi, Jandira, Angela Brom, Ana Tereza,Ivanise,Marciana, Marisa Régis,Picida "da Lu", Sissi ,Giovanelli,Antomio José, Daniel, Luis Faria, Lilla,Regina Otsuki ,Maria Leite,Regina Vieira,Kiko, Luciano Mistura,Gilmar,Olda e Nair,Silvia Rocha, Marisa Costa, Marilene,Vera Cunha, Jorge Falcão, Matarezzi, Claudio Fonseca, Roberto Bravo,Luso, João Lobo, Ary Lobo,Abrão, Carpinetti, Marta, Mané da Fanfarra,Cesar Barbieri, João Paulo ,Pascoal, Pierre, Dimas "Cascão", Lúcio Lara, o "Boy" (irmão do Maurício de Souza),os 3 irmãos Lacava, Rosana Lapadula e...tantos outros grandes amigos que marcaram minha vida para sempre.

Alguns, amigos do peito até hoje, 40 anos depois...

Outros já se foram, alguns muito cedo, outros mais recentemente...

Alguns faziam parte do grupo da igreja.

Uma parte da turma fez o Shalom: um retiro de jovens muito em moda na época que nos mantinha muito unidos em volta do Monsenhor Theodomiro Lobo e do padre Luiz Albino Bertollotti que se encarregava de nos manter na casa paroquial como se fosse uma extensão de nossa casa.

Nossos pais também faziam o retiro ( o Cursilho) e reuniões de grupo semanais.

Aos domingos íamos todos á missa dos jovens, e inovamos com uma nova maneira de partipar dela: cantávamos, tocávamos (eu tocava um violão que o Pe. Luiz me deu se eu aceitasse tocar na igreja).Algo muito parecido com a igreja carismática de hoje.

No Carnaval, padre Luíz não queria que fizessemos retiro.Sempre dizia que só provaríamos a ele que estávamos bem formados e éramos bons cristãos no salão do clube.E íamos todos, todas noites e a todas as matinées, sempre nos divertindo muito mas "dando exemplo" de comportamento sadio como ele dizia.

Era tudo muito bom!

Íamos todos a todas as festas, a todos os bailes, desfiles de 7 de setembro, participávamos de ginkanas do aniversário da cidade, passeios de bicicleta na cachoeira, no sítio do João Paulo e, aos sábados, íamos ao "footing" (hoje se chama "azaração") na Praça da Bandeira e mais tarde ao Xodó,a lanchonete "point" da época, onde se podia dançar também, e,os maiores de 18 anos tomavam "Cuba Libre".

Aos domingos, invariavelmete à piscina do Clube Jequitibá.

Sempre todos juntos, todos os dias da semana em todos os lugares.

Realmente, era tudo muito bom!

Você já foi a um Baile de Debutantes??????

Antes de mais nada, sabe do que se trata?
Pois é, naquela época.... morando na maravilhosa Caçapava, havia como em todo lugar, o Baile de Debutantes.
Esse baile marcava a passagem da menina para a adolescência e, toda garota de 15 anos, de boa família devia ser apresentada à sociedade local neste baile, e a partir de então já poderia namorar.
Antes não, era criança ainda. Não ia a bailes, não namorava, não saía à noite, enfim lugar de criança era em casa , na igreja ou na escola.
Mas, finalmente, o1º grande evento da minha vida.
Aliás, o 1º que interessava (antes foi a 1ª comunhão, a crisma, a formatura do ginásio (!?!) que na realidade importavam para os pais e os familiares).
Agora sim: era o meu 1º baile, o 1º sapatinho de salto alto,vestido longo, cabeleireiro, maquiagem, manicure, enfim quase "um dia de noiva".
Na cidade não se falava de outra coisa.
Como será o vestido? Como vai ficar o cabelo?Quem estará lá?
A Orquestra: "The Modern Tropical Quintet"
O Anfitrião: Murilo Nery famoso comentarista da TV na época (um artista!)
A 1ª valsa a gente dançava com o pai, depois com o padrinho e a 3ª com o já autorizado 1º namorado.
Para a confecção do meu vestido, mobilizou-se a família toda.
Mãe, avó e tias, todas na 25 de Março em São Paulo, escolhendo o tecido mais bonito, o mais deslumbrante, pois, como vocês já sabem, eu tinha que arrasar.
O sapato forrado no mesmo tecido do vestido eu devia ter guardado para usar no casamento: chiqérrimo! O indefectível colar de pérolas completava o traje de gala.
Meus cabelos estavam curtos, e, logo uma tia arranjou um aplique para um penteado especial.
Comigo, as filhas das famílias notáveis da cidade, todas coreografadas (mil ensaios) para sair tudo perfeito.
O Rotary Club promovia o evento, o Clube Jequitibá (era o Clube da "elite" da cidade) era o local.
A família toda, (lembram-se do comentário sobre a família imensa?) pois é, toda ela estava lá. Viajaram, ficaram em hotel e lá estavam, os tios, tias, avós , os pais orgulhosíssimos.
No começo da festa fomos apresentadas uma por uma, saindo de dentro de uma caixa de boneca. Olha que primor de cerimonial!
Quem era a mais bonita???????????????????
Eu é claro! E ai de alguém que achasse o contrário.
A 1ª filha, a 1ª sobrinha, a 1ª neta a debutar. Era a estrela da festa.
E lá fomos nós para a valsa com o pai, com o padrinho e............. na hora de dançar com o namorado, meu tio Luís boicotou o grande momento. Enciumado, saiu dançando comigo e naquele momento de "glamour total", eu só queria morrer!
E se o gato fosse embora? Se não quisesse mais dançar comigo?
Todas dançando com o namorado e a "boneca" aqui com o tio! Só por Deus!
Alguém merece?
Porém, o amor é lindo, (e graças a Deus sempre foi), assim que terminou a valsa com o tio, lá veio ele: Pedro Luciano, o Madureira, meu 1º namorado, dançar comigo.
Este foi de fato o meu 1º momento de glória total.
Duvido e faço pouco de quem diga que conheceu na vida alguém mais feliz que eu naquele momento.
Não me lembro de como o baile terminou e como foi tudo depois.
Mas sinto até hoje aquela sensação de que aquele era um dos momentos de minha vida para nunca mais esquecer.
E assim foi!